Ao longo dos tempos, o avanço da Medicina, da Ciência e da Tecnologia conduziu ao desenvolvimento da Medicina Intensiva e ao aperfeiçoar do tratamento do doente crítico aumentando muito o número de sobreviventes.
O doente crítico apresenta múltiplas falências orgânicas que colocam a sua vida em risco necessitando de tratamento inadiável e especializado em unidades de cuidados intensivos. Este tipo de internamento tem um grande impacto no indivíduo doente e na sua família. O cuidar do doente crítico é também planear o seu futuro com qualidade de vida, sendo imprescindível aceitar que a intervenção da Medicina Intensiva devolve a vida, podendo deixar sequelas, seja no doente ou na sua família.
Ao conjunto de consequências que decorrem do internamento em Cuidados Intensivos designa-se Síndrome Pós Internamento em Cuidados Intensivos (SPICI). Estas consequências podem ser físicas (diminuição da força, incapacidade para andar, dificuldade em engolir, perda de cabelo, etc.), cognitivas e/ou psicológicas (como ansiedade e depressão), significando afecção da qualidade de vida dos sobreviventes a uma doença crítica. Esta síndrome pode persistir durante algum tempo, por vezes anos, comprometendo o regresso do indivíduo doente e família à vida normal.
Durante o internamento do individuo doente tudo é feito para prevenir, identificar e tratar esta afecção.
Reconhecendo-se os familiares destes doentes como fundamentais no seu processo de retorno à vida que tinham previamente, estes também devem ser abordados, por forma a não sofrerem sequelas do internamento do seu familiar (Síndrome Pós Internamento em Cuidados Intensivos na Família – SPICI-F). Esta síndrome no familiar pode manifestar-se com ansiedade, depressão, alterações do sono, etc., e complicar a capacidade de exercer um novo papel, o de cuidador.
Este desafio exige educação sobre o SPICI e SPICI-F, quer dentro de portas das unidades de cuidados intensivos, quer fora delas, seja em ambiente hospitalar ou comunitário, com o intuito de melhorar a oportunidade de diagnóstico e tratamento dos mesmos.
Nesse sentido desenvolvemos, no Serviço de Medicina Intensiva (SMI) do Hospital Pedro Hispano, uma estrutura de seguimento do doente e família, desde o primeiro dia de internamento, prevenindo e reconhecendo as componentes que se manifestam durante e após o internamento e actuando mediante as necessidades individuais (do doente) e coletivas (da família). Aos 3 meses, doente e família beneficiam de uma consulta onde se faz um ponto de situação dos problemas e sua devida referenciação.
Se foi doente no SMI e quer conhecer melhor as possíveis consequências do internamento clique aqui para saber mais.
Se tem questões ou dúvidas acerca do seu internamento no SMI pode contactar-nos para o número 229391182 e pedir para falar com o responsável do seguimento pós SMI – Dra. Ernestina Gomes.
Se teve um familiar/amigo doente no SMI e quer conhecer melhor as possíveis consequências do internamento clique aqui para saber mais .