Neste painel, moderado por João Fonseca, diretor do MEDCIDS (Departamento de Medicina da Comunidade da FMUP), dois investigadores defenderam a importância da Medicina Baseada na Evidência, que tem conquistado uma importância crescente no planeamento e resposta aos problemas de saúde da população, no apoio à decisão e evolução dos sistemas de saúde.
Assim, Tiago Taveira, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, destacou o trabalho de referência que tem vindo a ser realizado na ULSM, envolvendo diferentes áreas de especialidade – a Cardiologia, a Pneumologia, a Medicina Geral e Familiar – reunindo informação clínica que permite não só um melhor conhecimento da prevalência de doença (cardiovasculares, respiratórias) na população, como também os riscos, o tratamento e acompanhamento, os custos associados, identificando “oportunidades de melhoria”, nomeadamente quanto ao seu prognóstico e mortalidade. Segundo o investigador, o objetivo é “gerar evidência útil” a partir da análise de dados (registos eletrónicos) “úteis à ciência e a um melhor conhecimento médico, essenciais no apoio à decisão e evolução do sistema de saúde”, convicto de que esta experiência da ULSM vai alargar-se a outros centros em Portugal e no mundo.
Por seu lado, Marion Mafham, investigadora da Universidade de Oxford, partilhou a experiência que liderou sobre ensaios clínicos pragmáticos, e de que forma estes podem ser usados para gerar evidência. Uma “experiência relevante e pioneira” que pode revelar-se também de “grande interesse” em contextos como o da ULSM, onde existe integração entre os diferentes níveis de cuidados – primários, hospitalares e continuados.